No Brasil, empresas postergam planos de voltar aos escritórios e ainda em meio à pandemia enfrentam dilemas redobrados sobre a saúde mental dos seus colaboradores.
Já passou um ano, em que o mundo inteiro foi forçado a experimentar novas formas de trabalhar, adaptando-se ao home office e descobrindo os prós e contras desta nova modalidade. Pesquisas mostram que, mesmo chegando um dia o final da pandemia, a tendência será que o modelo seja o de trabalho híbrido.
O que antes da pandemia era considerado um benefício de algumas profissões, agora virou regra. Na última semana, o governo de São Paulo apelou para que as empresas coloquem todos os colaboradores administrativos em trabalho remoto, o que gera a sensação de volta à estaca zero.
Muitos colaboradores estão desgastados com o trabalho em casa, e as empresas buscam o ponto de equilíbrio com o formato de trabalho híbrido e o rodízio do pessoal no presencial, tendo como foco ajudar a melhorar a saúde mental de sua equipe.
Sabemos que existem desafios para os gestores e líderes com esta mudança obrigatória na rotina devido à pandemia. Dificuldade como contratação e integração de novos funcionários, monitoramento do trabalho e rendimento do mesmo, além do estímulo para deixar a equipe engajada.
Outros desafios que os gestores enfrentam são a ergonomia, a saúde mental de sua equipe, adaptação à modalidade home office e as informações confidenciais e sigilosas.
Pode se dizer que empresas que tem maior cultura de colaboração se adaptam melhor às mudanças do que empresas menos flexíveis e com hierarquia rígida.
Os profissionais tiveram que adaptar sua rotina de trabalho em casa, além de dividir o ambiente com os demais integrantes da família, adultos e crianças na vida doméstica, o que muitas vezes sobrecarrega física e psicologicamente.
É importante que as empresas realizem pesquisas internas com seus colaboradores, para mensurar a satisfação, motivação e saúde de sua equipe e quando necessário dar o apoio que precisam.
Ajudar os colaboradores a adaptar-se ao home office, à rotina do novo fluxo interno da empresa, reuniões, entregas, pode fortalecer a equipe criando uma relação mais flexível e empática.
Segundo a contagem em setembro do IBGE, apenas 7,9 milhões de trabalhadores tiveram opção de home office total. É verdade que alguns cargos e perfis se adaptam melhores do que outros, mas é fato que trabalhar em casa não é sempre tão confortável como parece.
O Índice de Confiança da Robert Half, na edição de março constatou que 52% dos entrevistados não tiveram a sensação de uma melhora no equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, ponto sempre foi colocado como um dos principais benefícios de poder trabalhar em casa. E 26% perceberam um aumento do desequilíbrio nas horas de trabalho.
Pesquisadores da Harvard Business School e da Universidade de Nova York com 3,1 milhões de pessoas constatou que o dia de trabalho ficou em média 48 minutos mais longo no mundo todo.
O processo de quebra da rotina e adaptação acabou causando fadiga.
É por isso a importância das empresas e seus gestores ficarem atentos a terem recursos para motivar, equilibrar e dar força aos seus trabalhadores e não permitir que recursos valiosos para a saúde mental como otimismo, resiliência e esperança sejam enfraquecidos.
Para aliviar o estresse que pode vir com o home office é importante voltar-se para as necessidades básicas como alimentação, sol, ar livre, sono. Cuidar para não criar maus hábitos, principalmente ao utilizar a tecnologia, como evitar acordar e ir checando as mensagens no celular, por exemplo.
É preciso criar um ambiente para que as funções cognitivas sejam favoráveis, cadeira, roupas, ambiente iluminado, limpo e arejado são muito importantes. Estabelecer regras de horários, práticas para ter foco e concentração, e saber descansar a mente é algo que precisa ser aplicado e respeitado.