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nov 20

Os três assuntos que têm andado juntos nestes últimos tempos: A violência contra a mulher, o trabalho feminino e a pandemia são pontos que é preciso olhar de perto e com cuidado.

O fato de que em tempos de pandemia e de crise econômica as relações de trabalho passam a sofrer alterações, assim como as relações de poder. Portanto, isto faz com que tanto as desigualdades de gênero no mundo do trabalho quanto a violência contra a mulher se tornem mais evidenciadas.

A violência contra a mulher aumentou com o isolamento social que se fez necessário para frear a proliferação do COVID 19 e com as tensões resultantes da convivência exacerbada somada ainda à falta de recursos financeiros.

Pesquisa feita pelo Banco Mundial em 12 estados brasileiros aponta que no período entre março e abril deste ano, dois primeiros meses do isolamento, houve um aumento de 22% nos casos de feminicídio em comparação ao mesmo período de 2019.

Houve também um aumento de quase 30% nas ligações para o número 180, que é a central de atendimento para violência contra a mulher, muito embora tenha havido uma diminuição das denúncias nas delegacias e também nos pedidos de medidas protetivas.

Alguns especialistas apontam que essa diminuição acontece pelo fato das mulheres estarem no confinamento com o seu agressor e com a mobilidade reduzida, o que dificulta o seu deslocamento para as denúncias, causando, assim, uma subnotificação muito grande.

A paralisação da economia, agravou ainda mais a situação das mulheres, pois essas foram brutalmente atingidas pela falta de trabalho e da renda.

Importante lembrar que, pelos dados do IBGE, as mulheres ainda são mais vulneráveis economicamente, seja por ganharem menos que homens, ou porque estão em maior número na informalidade, além de que normalmente elas são responsáveis pelos cuidados com os filhos, com os doentes e com os idosos da família.

Existe a divisão sexual do trabalho, na qual as mulheres são direcionadas, majoritariamente, para profissões que lidam a temática do cuidado, como saúde e educação básica e linha de frente da pandemia.

De acordo com o relatório da ONU Mulheres:
– 70% dos trabalhadores de saúde em todo o mundo são mulheres
– No Brasil, 85% corpo de enfermagem é composto por mulheres
– 45,6% dos médicos são do sexo feminino
– 85% dos cuidadores de idosos são mulheres (fato que as expõem a um maior risco de infecção pelo vírus e suas consequências).

Em decorrência dessas diferenças, é fundamental que as medidas econômicas de resposta à crise mundialmente tenham em conta a situação única das mulheres. Especialmente nas zonas de conflito e em outras áreas onde a igualdade de gênero recebe pouca atenção, como no Brasil.

É preciso de uma nova cultura e consciência social que estejam atentas ao combate às desigualdades de gênero. Assim como estabelecer novos instrumentos, políticas e ações que visem, efetivamente, equilibrar as hierarquias sociais que as mulheres estão submetidas.

Nesse sentido, há que ter também uma participação da sociedade e o interesse em alterar esses quadros por meio de conscientização, diálogo e principalmente de ações. Não há espaço no mundo civilizado para a violência, seja de gênero ou não, nem para o tratamento desigual das mulheres no mundo do trabalho. Precisamos dar a devida atenção a essas temáticas.

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